22 de janeiro de 2016

Frio em 2016 deve chegar mais cedo

O ano de 2016 começa sob os efeitos do fenômeno El Niño, que atua desde o início de 2015. O fenômeno foi classificado entre os três mais fortes das últimas três décadas. O El Niño deve perder força no decorrer do segundo trimestre (abril, maio e junho).
Durante o inverno, teremos um período de transição climática, indicando que neste ano o frio deve chegar mais cedo. Para o segundo semestre de 2016, os modelos climáticos apontam para o início de uma nova fase de águas frias sobre o Oceano Pacífico equatorial, com indicativo da provável configuração de um episódio de La Niña.
O clima sinaliza muitas variações em 2016. Para uns, as condições melhoram, enquanto para outros, pioram. O fato é que todos acabam sendo afetados por essas variações do clima de forma direta ou indireta.
O produtor rural, em especial, deve ficar ainda mais atento ao clima, pois as condições de desenvolvimento das lavouras do próximo ano devem ser diferentes das observadas nos últimos anos. Em 2016, cada estação do ano estará sob a influência de um fenômeno climático diferente.
Neste verão para as culturas de verão o El Niño favorece as lavouras na Região Sul e também em Mato Grosso do Sul, pois mantém um padrão de chuvas mais regulares, mas, sobretudo, porque reduz o risco de estiagens e secas severas, que é sempre a principal ameaça para essa região.

Para o outono o El Niño  vai enfraquecer. A principal consequência está associada com a queda da temperatura. O outono de 2016 deve ter temperaturas mais baixas que no outono passado. O outono de 2015 foi anomalamente quente por causa do El Niño.
Para os Estados do Sul do país, já se pode esperar algumas ondas de frio a partir de maio, o que aumenta o risco de geadas em junho.
No inverno passa a prevalecer um padrão mais típico da estação, que representa uma condição de mais frio para o sul do Brasil, onde as culturas de inverno serão beneficiadas com essa mudança do clima. Em vez de excesso de chuva e calor atípico como em 2015, no próximo inverno deve haver uma redução das chuvas, temperaturas mais baixas e ondas de frio, como é típico dessa estação. Por enquanto, não há previsão de frio extremo e inverno rigoroso.

Já na primavare há indicativo dos efeitos do La Niña. Muito provável que a partir da primavera de 2016 vamos começar a sentir os primeiros efeitos do fenômeno La Niña, caracterizado pelo prolongamento do frio e pela redução das chuvas no sul do Brasil.

18 de janeiro de 2016

safra de soja 2015/2016

     O USDA, em seu 9º levantamento da safra mundial de soja em 2015/16, reduziu a estimativa de produção global da oleaginosa para 319,0 milhões de t, volume 1,1 milhão de t inferior ao levantamento de dezembro de 2015. Ainda assim, trata-se de um volume recorde.
     O consumo do grão foi ampliado de 312,3 milhões de t em dez/15 para 314,0 milhões de t no atual relatório. Esse volume supera em 4,5% a demanda de 2014/15. Já os estoques finais ficaram 3,3 milhões de t menores na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, totalizando 79,3 milhões de t.     O Departamento de Agricultura dos EUA manteve praticamente estável a previsão para as exportações globais do grão, em 129,8 milhões de t, o que representa um recorde.     Os EUA seguem como o maior produtor global da oleaginosa, com 107,0 milhões de t. Porém, o USDA reduziu a expectativa de colheita do país em 1,4 milhão de t em relação ao relatório anterior.     Para o Brasil, não houve modificações em termos de produção, estimada em um recorde de 100 milhões de t para o ciclo 2015/16. Segundo o relatório da Conab, a safra brasileira deve ser de 102,1 milhões de t no mesmo período, o que representa quase o dobro da produção de 10 anos atrás.    O consumo dos norte-americanos ficou relativamente estável em relação à dezembro de 2015 e 2014/15. Com isso, é esperada uma demanda de 55,0 milhões de t no país, o que representa um recorde. O consumo médio dos EUA nos últimos 10 anos é de 51 milhões de t. O destaque no consumo ficou com a Argentina, com aumento de 0,9 milhão de t em relação à dez/15, e China, com incremento na demanda de 1,0 milhão de t em comparação ao relatório anterior. A Argentina deve consumir 47,9 milhões de t em 2015/16, e a China, maior consumidora global do grão, 94,2 milhões de t.     Em relação ao levantamento de dezembro de 2015, as exportações dos EUA foram ligeiramente reduzidas (-0,7 milhão de t), o que foi compensada por aumento praticamente da mesma proporção nos embarques da Argentina (+ 0,6 milhão de t). Com isso, o USDA prevê embarques de 46 milhões de t dos EUA e 11,8 milhões de t da Argentina para 2015/16. O Brasil segue como maior exportador global de soja, com 57 milhões de t, incremento de 12,6% sobre 2014/15.
     Os estoques mundiais saíram de 82,6 para 79,3 milhões de t entre o relatório de dezembro e janeiro, com reduções nos volumes dos EUA (-0,7 milhão de t), Argentina (-1,4 milhão de t) e China (-1,4 milhão de t). Em comparação à 2014/15, o nível dos estoques globais segue 3% superior (131% nos EUA). Já reduções da ordem de 8,5% e 10,9% foram apontadas para Argentina e China, respectivamente.